Na época não havia a intenção de iniciar um trabalho de assistência à criança e ao idoso. Ainda em 1932, antes do final do primeiro ano, e mal conhecendo a língua, o pastor Gedrat trouxe de uma de suas viagens pastorais uma menina que queria ser escolarizada e instruída na religião, mas não podia pela distância. A menina morou em sua própria casa para frequentar a escola paroquial. Até o encerramento do ano ela já não era a única.
Em 1933 foram trazidos à casa do pastor mais cinco irmãos cuja mãe falecera e o pai não tinha condições de cuidá-los. Passaram a residir definitivamente na casa do pastor.
A notícia do pastor que abrigava crianças pobres e órfãs correu rapidamente pela redondeza.
Muitas crianças passaram a adotar definitivamente a casa pastoral. A primeira menina cresceu e passou a ajudar no cuidado com os menores, recém chegados e os próprios filhos do pastor que nasceram quando outras crianças já estavam na casa. Assim, o número de crianças aumentava dia a dia.
A partir de 1938 a situação se tornou assustadora. Cada vez mais crianças chegavam em condições paulatinamente piores e precisavam ser abrigadas, mas o espaço físico se tornara pequeno.
Em 1945, depois de alguns anos e muitos questionamentos, pôde-se enfim construir uma residência própria paras as crianças. Esta casa de madeira, no entanto, era desconfortável e ficava longe da casa pastoral, da igreja e da escola.
Isso obrigou o instituto a construir uma segunda casa, mais confortável e mais próxima de tudo. O novo prédio recebeu também a residência do pastor, cuja família passou a residir junto das crianças.
Para que esta segunda casa existisse tornou-se necessária a legalização da atividade; o que aconteceu em 1946, com a fundação da Associação Evangélica Luterana de Beneficência - AELB - mantenedora jurídica das atividades desenvolvidas pelo Instituto Santíssima Trindade.
Com a aquisição das terras necessárias para aquisição desta segunda casa, o pastor Gedrat assumiu também a responsabilidade pelo sustento e atenção aos três idosos que residiam na propriedade. Iniciava-se assim o atendimento ao idoso. Aos poucos foram chegando outras pessoas da terceira idade para ali residir.
Acompanhando as crianças, chegavam pais e mães que não queriam se distanciar de seus filhos. Estas pessoas passaram a residir no local, trabalhando para o bem comum e realizando atividades necessárias para o desenvolvimento e manutenção de toda a entidade. Elas ficaram responsáveis por diferentes setores, como a lavanderia, a cozinha, a produção agropecuária e a escola, entre outros.
Na década de 60 foram erguidos os prédios em alvenaria que abrigam todos até hoje. O complexo do Instituto Santíssima Trindade é grande e arrojado se considerarmos sua localização, na zona rural da cidade. O local acolhe cerca de 180 pessoas, entre crianças, adolescentes, adultos e idosos.
O instituto preserva até hoje sua filosofia inicial, pautada na ajuda e no desenvolvimento social. A entidade tem na convivência familiar o amparo necessário para que as pessoas acolhidas alcancem o equilíbrio psicossocial.
Essa convivência familiar transforma cada pessoa não em apenas em um mendicante, mas num colaborador, que atua em prol dos outros.
Crianças pseudo-órfãs, trazidas para receberem instrução, adolescentes e jovens que cresceram na instituição, mães e pais abandonados pelos cônjuges e idosos que não se ajustam mais ao mundo social produtivo; todos vivendo juntos e oferecendo sua contribuição para construir um grande família.
Para maiores detalhes sobre a história do instituto, procure ler o livro “Um Lugar Tão Lindo”, disponível na secretaria da entidade que foi lançado na comemoração dos 50 anos de existência da casa.
O Instituto Santíssima Trindade utiliza fotos das crianças, jovens, adultos e idosos acolhidos com o intuito de divulgar o trabalho realizado pela entidade. É expressamente vedada a reprodução deste material em qualquer outro meio sem a autorização prévia do instituto.